Eu sei que não é das coisas mais poéticas e blábláblá, mas, além de já justificar a minha ausência no blog expressa os extraordinários mais gratificantes e realizadores que tem me acontecido. Aquela sensação de que está valendo a pena :)
de hoje, e talvez meio óbvia, diante da data, foi a de despertar a minha criança interior. Ela nem vive muito adormecida, não. Mas hoje o dia foi especial. Com direito a balões; a interação com completos desconhecidos, das quais brotaram sorrisos; a dancinhas imitando galinha no meio da rua; a sorvete com cobertura; a passeio no 1,99 pra comprar bugigangas; a sentir uma alegria pura e espontânea como a de uma criança de olhinhos esbugalhados.
rolando o meu feed do facebook, na página 365 filmes em 1 ano apareceu essa imagem:
Eu achei que já tinha lido isso em algum blog, tumblr, página do facebook, mas não.
É um sentimento que eu tinha guardado.
Procurei no youtube e encontrei o link (legendado, uhul!) do filme completo.
Medianeras, um filme argentino com um tema bem atual.
Não é um romance água com açúcar, as descrições do filme são reflexivas e filosóficas.
É sobre um ponto de fuga, dentro de uma cidade que cresce a cada minuto.
Gostei muito da fotografia do filme, como mostra a arquitetura da cidade, sendo analisada como se fosse o próprio homem e seu comportamento.
A parte que mais me identifiquei é quando a protagonista fala que o livro "Onde está Wally" é a origem da fobia que ela tem com multidões e que criou nela uma angustia existencial bem particular.
"Se mesmo sabendo quem eu procuro, não consigo achar... como vou achar quem procuro se nem sei como é?"
Problemas de convivência à parte, eu admiro demais a maneira como meu avô trata a minha avó. Isso que eu vejo diariamente é amor incondicional da parte dele: supera o cansaço, supera as inconveniências dela, supera as palavras já sem sentido que ela lhe dirige, supera tudo o que aparece no dia a dia de uma idosa debilitada e que não é tão agradável quanto aquilo a que estamos acostumados numa relação. E ele faz tudo com amor e com carinho. É bonito e surpreendente de ver.
| as coisas do outro lado são translúcidas, multicoloridas, transcendentais, infinitas. |
um ponto cego | modifica o espectro
a luz me transpassa | como um pensamento
posso voar | no prisma da luz
o eclipse | explode no céu
é outra estrela | decadente
perambulando | no ritmo do tempo
(...)
Cansado de estar deitado à luz sol,
ficando em casa para assistir a
chuva
Você é jovem, a vida é longa
e há tempo para matar hoje
E então um
dia você descobre
que dez anos ficaram para trás de você
Ninguém lhe disse
quando correr,
você perdeu o tiro de partida
Quando o longe é inatingível. A foto não aniquila a saudade. O medo precisa da voz.
Quando o não dito pode ser reparado. O fato pode ser contado. O som afaga a alma.
(Tenho andado distraído, impaciente e indeciso. E ainda estou confuso, só que agora é diferente: estou tão tranquilo e tão contente. Quantas chances desperdicei, quando o que eu mais queria era provar pra todo o mundo que eu não precisava provar nada pra ninguém(...) Como um anjo caído fiz questão de esquecer, que mentir pra si mesmo é sempre a pior mentira (...) Já não me preocupo se eu não sei por que, às vezes o que eu vejo, quase ninguém vê. E eu sei que você sabe, quase sem querer que eu vejo o mesmo que você. Tão correto e tão bonito o infinito é realmente um dos deuses mais lindos. Sei que, às vezes uso palavras repetidas, mas quais são as palavras que nunca são ditas?) Essa música define bem os últimos 8 dias que fiquei sem postar. Sempre acontece comigo, de uma letra de música, uma poesia, um livro, uma fotografia, uma frase solta, desenhar o meu momento, visto que isso seja algo trivial. Depois de um fim de semana intenso de consciência, tenho procurado por essa danada nos dias posteriores e olha, é um exercício bem interessante. (sobre o blog: tive várias ideias e fotos no decorrer dos dias, coisas interessantes pra postar e acabei deixando em segundo plano) (sorry) (estou viciada em parênteses) Compartilho aqui a descoberta da semana (não foi diária) mas que mais me identifiquei:
http://luizapannunzio.tumblr.com/ Uma sensibilidade enorme, sentimentos engavetados e desenhos delicados (tudo me encantou) (ps: estava sentindo falta de recortar o sutil extraordinário dos meus dias :)
o pecado me ocorria quase que nunca pois o medo me era iminente já pequei hoje, acho que pecarei amanhã também, perdi o medo do presente
o futuro tem andado utópico num trópico atemporal contraí aquela febre - quarenta e dois graus da mais pura e (i)moral filosófica - niilista passivo - me acerca o que resta dos dias como quem espera uma lógica existencialista, um curativo.
ando meio desgraçado como a melancolia de um panda desgarrado da mãe numa daquelas propagandas do WWF preciso aproveitar o dia, e nada dessa coisa de nova era falo do dia antes de sentar os pés na terra
ouvi dizer que de perto ninguém é bonito. mais uma blasfêmia pela generalização, - ora, o Louva Deus é altamente sofisticado e exótico, dá até para dizer que tem uma cara de cão amigo.
que recorta nossos dias, e que nem é tão extraordinária assim, visto que é muito frequente, é a HIPOCRISIA.
E quando eu vejo uma pessoa dizendo "é assim mesmo", diante de uma atitude injusta, imoral ou antiética eu penso que é por causa desse pensamento e desse conformismo que as coisas continuam assim.
Pra mim, ao contrário do que costumam dizer - que "quando a gente faz as coisas corretamente, a gente se ferra, e quando dá-se o jeitinho brasileiro, vai tudo bem" - essas situações são momentos de reafirmação de princípios.
O mundo ao meu redor pode estar corrompido, mas eu sou fiel aos meus valores. Cada um terá, cedo ou tarde, o que merece. Eu acredito nisso, e é o que me faz seguir em frente fazendo o bem e agindo com ética e justiça, dentro do que me parece correto.
Não... Não perguntem o porque. Eu também não sei. Mas a composição da letra, música e vídeo me atingiram em alguma parte adormecida.
Algumas vezes parece que parte de minha alma vêm a tona, buscar ar, respirar. O que a desperta eu não sei.
Não sei explicar. Só surge. E retorna, escondida. Se esgueira da mesma forma que fez antes. E fica lá, silenciosa de tal forma que esqueço dela. Mas aí algo acontece...
E não... Não perguntem o porque. Eu também não sei dizer...
Ps.: pois é, nada de mais interessante do que isso no meu dia.
Aliás, eu tinha pensado em postar que a coisa mais feliz do dia era estar acertando questões de direito administrativo da CESPE, mas aí achei que isso seria menos interessante ainda do que esse CD, então... :B